26.12.10
23.12.10
Minha história de amor com a noite
Fechar os olhos é doce.
O dia não é mistério, não para a criança que fui. A noite sempre teria a devoção dos meus olhos. Verdadeira por não ser exata, porém certamente imensa.
Foi nessa imensidão que me perdi desde que primeiramente vi o céu estrelado.
Sinto falta de deitar-me no chão com o binóculo do meu pai. Mais que um mero objeto de observação, transportava-me para um lugar sem tristeza, sem amor ou dor de amor. Na noite, as preocupações eram outras e se podia observar o mundo por fora.
Eu fugia para o céu querendo esquecer as dores.
Compreensiva e suave, a noite cura e consola. Mas não olhe para a Lua. Ela nunca se apieda de quem está só. É mero lembrete de que o dia está lá, do outro lado. Astro sem luz própria. Reflete o Sol na sua falta de essência e faz-se ponto de fuga para fora da realidade. É uma linda mentira.
Depois que aprendi a lidar com a Lua, a noite tornou-se minha melhor amiga. Todos os meus segredos ficavam lá, perdiam-se naquela vasta eternidade. A noite é o clímax do dia, que se prepara inteiro para ela. Eu fazia o mesmo.
Certo dia, encontrei a noite em olhos negros como ela. Brilhantes! Ela não estava impregnada como está em mim, estava contida neles: inexata e imensa. Foi nessa imensidão que me encontrei. Pela primeira vez não precisei do binóculo. Eu encontrava felicidade e amor - amor! - na noite. Então aqueles olhos ganharam a devoção dos meus, assim como todos os meus sentidos.
Fechar os olhos é doce, mas a noite não está em meus olhos. Aqueles olhos foram meus por apenas alguns momentos. Eram tão brilhantes, devia ser o luar. A noite estava naqueles olhos, mas o amor só estava nos meus.
A noite cura, consola e descansa, embora eu esteja fadada à memória. Quero que meus últimos momentos sejam olhando para o céu estrelado.
Fechar os olhos é doce.
10.12.10
Memória
Conforta e desespera
meu interior de nota só
em desarmonia absurda
piano pianíssimo
reverbera no nada
meu interior de nota só
em desarmonia absurda
piano pianíssimo
reverbera no nada
8.12.10
Luzes e cores
4.12.10
Aos pusilânimes
Aos amargos desesperançosos
aos descrentes da vida
aos frustrados ex-sonhadores
aos falsos otimistas
aos esporádicos revolucionários
aos cegos exortadores da falta de perspectiva
A todos os retardadores da mudança;
desmotivantes seres cuja essência que os torna mais humanos
já fétida e escura
escorre no ritmo dos anos para o vazio de seus corações
(e evapora e contamina)
dedico meu repúdio
decepção
esperança
e gratidão
por manter as coisas como são
e como uma minoria quer que sejam
Muito obrigada.
aos descrentes da vida
aos frustrados ex-sonhadores
aos falsos otimistas
aos esporádicos revolucionários
aos cegos exortadores da falta de perspectiva
A todos os retardadores da mudança;
desmotivantes seres cuja essência que os torna mais humanos
já fétida e escura
escorre no ritmo dos anos para o vazio de seus corações
(e evapora e contamina)
dedico meu repúdio
decepção
esperança
e gratidão
por manter as coisas como são
e como uma minoria quer que sejam
Muito obrigada.
14.11.10
7.11.10
Amor e abrigo :)
É incrível como você consegue ser tudo pra mim e ainda fazer tudo o que faz. Tenha certeza de que você é tudo na vida de mais de uma pessoa.
Sou muito grata por tê-la na minha vida.
Tudo.
Feliz aniversário, mãe. Você é maravilhosa e muito, muito, muito linda!
29.10.10
17.10.10
Ponto
Quis por um ponto
e ponto
e ponto.
...deu ponte
e aponta
para o ponto
perdido
plano polido
pináculo
tempo perece
pilar apodrece
peito padece
mudar me apetece
.
Plano plausível perdido aponta para ponto perene passado presente possível.
e ponto
e ponto.
...deu ponte
e aponta
para o ponto
perdido
plano polido
pináculo
tempo perece
pilar apodrece
peito padece
mudar me apetece
.
Plano plausível perdido aponta para ponto perene passado presente possível.
30.9.10
Milésimos de escuro
Grave e desesperado
apocalipse interno em três segundos
Inexistência por um milésimo de segundo
Doce inexistência
tão marcante que se nota rapidamente
infelizmente.
Depois o mar em vagas
o oceano e azul consistente
Abrem-se os olhos
roupas e o cabelo são torcidos
espuma salgada e areia nos pés
água salgada nos olhos
A estrela mais próxima já some no horizonte
e a Lua não se apieda de quem está só
Sua luz é tão fria quanto o vento nos cabelos úmidos
e arrepia membros
coração
alma
Fecham-se os olhos
ao abri-los, tanto faz
ineficaz
A noite é longa
e ares de autoridade esmagam
uma autoridade sem dono
uma culpa sem razão deita-se
veste como uma capa
pesada e gélida sobre ombros magros e sujos
sombras contrastantes de ossos salientes
sensação de vácuo por dentro
já nada ecoa
o grito não se propaga no vácuo
nem o amor.
apocalipse interno em três segundos
Inexistência por um milésimo de segundo
Doce inexistência
tão marcante que se nota rapidamente
infelizmente.
Depois o mar em vagas
o oceano e azul consistente
Abrem-se os olhos
roupas e o cabelo são torcidos
espuma salgada e areia nos pés
água salgada nos olhos
A estrela mais próxima já some no horizonte
e a Lua não se apieda de quem está só
Sua luz é tão fria quanto o vento nos cabelos úmidos
e arrepia membros
coração
alma
Fecham-se os olhos
ao abri-los, tanto faz
ineficaz
A noite é longa
e ares de autoridade esmagam
uma autoridade sem dono
uma culpa sem razão deita-se
veste como uma capa
pesada e gélida sobre ombros magros e sujos
sombras contrastantes de ossos salientes
sensação de vácuo por dentro
já nada ecoa
o grito não se propaga no vácuo
nem o amor.
2.9.10
23.8.10
Amanhece
e o perfume das flores, cores
substitui o aroma noturno
Quando anoitece, as estrelas,
já posso senti-las
E toda lembrança de ti acaricia como as estrelas
as mais distantes
as que encontrei em olhos
como a noite
16.8.10
15.8.10
Despedida
Cedo, o sol já se punha
E entre últimos carinhos o céu fazia aqueles gracejos
Cores magníficas, vivas, gradações, contrastes harmoniosos
O espetáculo do pôr-do-sol
anunciava a chegada da noite
as cores do céu foram ficando dramáticas
até que a noite caiu e tudo escureceu
em mim
E entre últimos carinhos o céu fazia aqueles gracejos
Cores magníficas, vivas, gradações, contrastes harmoniosos
O espetáculo do pôr-do-sol
anunciava a chegada da noite
as cores do céu foram ficando dramáticas
até que a noite caiu e tudo escureceu
em mim
14.8.10
Novamente
Nesta terra que já não via sol
anoiteço novamente
inverno pleno, denso, absoluto
Úmidas e cálidas noites de verão
com cheiro de céu estrelado
é só o que resta; lembrança e o aroma noturno
que preenche o espaço
deixado por um verão que amanhecera tão inesperadamente
e como esperei por esse verão!
anoiteço novamente
inverno pleno, denso, absoluto
Úmidas e cálidas noites de verão
com cheiro de céu estrelado
é só o que resta; lembrança e o aroma noturno
que preenche o espaço
deixado por um verão que amanhecera tão inesperadamente
e como esperei por esse verão!
Assinar:
Postagens (Atom)